sexta-feira, 6 de julho de 2012

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - TREMA

ALFABETO

Depois do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o alfabeto passa a ser o seguinte:

a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z

 

TREMA

O trema deixou de existir, exceto em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como: Müller, Hübner, Lübeck, Gisellenverbände, etc.

Observação: As palavras que perderam o trema, a exemplo de frequência, linguiça, tranquilo, ambiguidade, consequência, quinquênio, etc. não terão sua pronúncia modificada.

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - ACENTUAÇÃO GRÁFICA

a) Palavras proparoxítonas: Não houve mudança na regra. Todavia, no final de sílaba das palavras cuja vogal seja “e” ou “o”, seguida das consoantes “m” ou “n”, o acento poderá ser agudo ou circunflexo, dependendo do timbre, se aberto ou fechado.

Exemplos: fenómeno (em Portugal) e fenômeno (no Brasil), académico (em Portugal) e acadêmico (no Brasil), etc. No Brasil, deve-se, obrigatoriamente, escrever com o acento circunflexo e não agudo.

b) Palavras paroxítonas: As regras foram mantidas, exceto nos seguintes casos:

Perdem o acento gráfico os ditongos representados por “ei” e “oi”, a exemplo de: assembleia, boleia, ideia, epopeico, joia, apoio (do verbo apoiar, ex.: Eu apoio o movimento grevista.), geleia, paranoico, minoico, jiboia, heroico (não confundir com herói, que leva acento por ser oxítona), etc.

Perde o acento gráfico a vogal tônica fechada do hiato “ee”, a exemplo de: creem, veem, deem, etc. Não confundir com as conjugações verbais “têm” e derivados (ex.: Eles têm a resposta na ponta da língua.) e “vêm” (do verbo vir, ex.: Eles vêm e voltam sem prévio aviso.), que continuarão acentuadas, por fugirem à regra em questão (não há duplicação da vogal “e”).

Perde o acento gráfico a vogal tônica fechada do hiato “oo”, a exemplo de: voo, enjoo, povoo, abençoo, etc.

Atenção: Não confundir com álcool e alcoólico, por exemplo, que levam acento por se tratar de palavras proparoxítonas. A palavra herôon (espécie de santuário que era construído em homenagem aos antigos heróis gregos e romanos) leva acento por se enquadrar no caso de paroxítona terminada em “n”.

Perdem o acento gráfico as palavras hospedeiras do acento diferencial, a exemplo de:

Para (Ex.: Ele para quando reconhece o erro. Antes se escrevia assim: Ele pára quando reconhece o erro.);

Pela (Ex.: Ele pela a galinha sem dó. Antes se escrevia assim: Ele péla a galinha sem dó.);

Pelo (Ex.: O gato tem um pelo de dar inveja. Antes se escrevia assim: O gato tem um pêlo de dar inveja.);

Pera (Ex.: A pera excede a uva em sabor. Antes se escrevia assim: A pêra excede a uva em sabor.);

Polo (Ex.: Sonhei que estava no Polo Norte. Antes se escrevia assim: Sonhei que estava no Pólo Norte.);

Observação 1: De igual modo perde o acento gráfico a palavra “para” nos compostos, exemplo: para-brisa, para-choque, para-lama);

Observação 2: A 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo "poder" continua com acento: pôde. (Ex.: Ele pôde fazer o exercício sem nenhum problema.);

Observação 3: A palavra fôrma (de bolo) leva acento somente nos casos em que houver ambiguidade, como na frase: O bolo tem a forma da fôrma.

Observação 4: É opcional, mas no Brasil não se deve acentuar o verbo “dar” na 1ª pessoa do plural do verbo indicativo (dêmos).

Observação 5: É opcional, mas no Brasil não se acentuam as formas verbais do pretérito perfeito do indicativo, do tipo: amámos, louvámos.

Observação 6: Onde há hiato não serão mais acentuadas as vogais tônicas “i” e “u” das palavras paroxítonas, quando estas vogais tônicas estiverem precedidas de ditongo crescente, a exemplo de: Bocaiuva, feiura, taoismo, feiudo, maoista, etc.

Eoípo leva acento por não haver ditongo, e sim dois hiatos.
Guaíba leva acento por haver ditongo decrescente.

Nos exemplos dados acima (na observação 6), o encontro vocálico em negrito representa um ditongo crescente, o qual força a ausência da acentuação gráfica da vogal seguinte. Antes eram escritas assim: Bocaiúva, feiúra, taoísmo, feiúdo e maoísta.

Observação 7: As conjugações dos verbos "arguir" e "redarguir" não deverão mais ser acentadas na vogal tônica u nas formas rizotônicas. EXEMPLOS: eu arguo, tu arguas, ele argua, nós arguamos, vós arguís, eles arguem. Antes se conjugava assim: eu argúo, tu argúas, ele argúa, nós arguamos, vós arguís, eles argúem. A pronúncia, todavia, não sofreu alteração.

Observação 8: As conjugações dos verbos "aguar", "apaziguar", "averiguar", "desaguar", "enxaguar", "delinquir" e afins, podem ser registradas dos seguintes modos: eu averiguo ou eu averíguo; tu averiguas ou tu averíguas; ele averigua ou ele averígua; eles averiguam ou eles averíguam. Da mesma forma: eu enxaguo (leia-se enxagúo, mas sem acento) ou eu enxáguo e assim por diante.

c) Palavras oxítonas: Não houve mudanças.

Observação 1: Palavras do tipo Piauí, teiú, tuiuiú, etc, levam acento porque, embora ocorra o ditongo crescente, todas são oxítonas e não paroxítonas, como ocorre com aquelas mencionadas no exemplo, logo acima (observação 6).

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - OCORRERÁ A PRESENÇA DO HÍFEN NOS SEGUINTES CASOS

A) Se o primeiro elemento for um prefixo grego ou latino terminado por vogal (aero-, agro-, ante-, anti-, arqui-, auto-, bio-, contra-, eletro-, entre-, eco-, extra-, geo-, giga-, hidro-, infra-, macro-, mega-, micro-, mini-, multi-, neo-, proto-, pseudo-, pluri-, retro-, sobre-, semi-, supra-, tele-, ultra-, etc.), desde que o segundo elemento seja iniciado:

Pela consoante “h”:

Exemplos: ante-histórico, anti-herói, sobre-humano, semi-humano, infra-hepático, etc.

Por vogal igual àquela (ou seja, igual à vogal que termina o primeiro elemento).

Exemplos: auto-observação, anti-infeccioso, contra-arrazoar, micro-onda, semi-interno, anti-inflamatório, neo-ortodoxo, sobre-estimar, sobre-exceder, etc.

Portanto sem hífen: anteaurora, antiaéreo, aeroespacial, agroindústria, autoajuda, autoaprendizagem, autodefesa, autoestrada, contraestrutura, contraindicação, contraofensiva, contramandado, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, infraordem, megaobra, miniobra, miniatura, minidefesa, neoafricano, neoimperialista, plurianual, pseudoalucinação, retroalimentação, semiárido, sobreaquecer, supraocular, ultraelevado, etc.


B) Se o primeiro elemento for um prefixo terminado pela consoante “r” (inter,- hiper- e super-), desde que o segundo elemento seja iniciado:

Pela consoante “h”:

Exemplos: super-homem, inter-hemisférico, hiper-hidrose, etc.

Pela consoante “r”:

Exemplos: super-radical, super-rancoroso, super-ridículo, super-resistente, inter-regional, inter-relacionar, inter-racial, hiper-realista, hiper-requintado.

Portanto sem hífen: superfácil, superaquecer, superabundar, supermagro, hipercomunicativo, hiperdesconfortável, hiperapagado, interurbano, interligação, intercomunicação, etc.

C) Se o primeiro elemento for um prefixo terminado pela consoante “b” (ab,- ob,- sob-, sub-), desde que o segundo elemento seja iniciado:

Pela consoante “b”:

Exemplos: sub-base, sub-biblioteca, sob-brinquedo, etc.

Pela consoante “h”:

Exemplos: sub-humano, sub-hepático, etc.

Pela consoante “r”:

Exemplos: sub-réptil, sob-roda, sub-reitor, sub-rogar, ob-rogar, ab-rupto, etc.

Portanto sem hífen: abnegar, obsessão, oblínquo, obstáculo, sobpor, sobraçar, subsecretaria, subchefe, subobra, submetralhadora, subaquático, subestimar, subalimentado, etc.


D) Se o primeiro elemento for um prefixo terminado pela consoante “D” (ad-), desde que o segundo elemento seja iniciado:

Pela consoante “d”:

Exemplos: ad-digital, ad-doc.

Pela consoante “h”:

Exemplos: ad-histerismo, ad-hélice, etc.

Pela consoante “r”:

Exemplos: ad-renal, ad-referendar, etc.

Portanto sem hífen: admirar, administrar, adivinhação, e (adrenalina, adrenalite e afins pela consagração do uso, embora constituam exceções às regras supracitadas), etc.


E) Se o primeiro elemento for um prefixo terminado pela consoante “m” (circum-) ou pela consoante “n” (pan-, circun-), desde que o segundo elemento seja iniciado:

Pela consoante “m”:

Exemplos: circum-mundo, circum-murado, pan-mágico, etc.

Pela consoante “n”:

Exemplos: circum-navegação, pan-negritude, etc.

Pela consoante “h”:

Exemplos: circum-hospitalar, pan-hispânico, pan-harmônico, pan-helênico, etc.

Por qualquer vogal:

Exemplos: circum-escolar, pan-americano, etc.

Portanto sem hífen: circumpolar, circungirar, pancreativo, panteísmo, etc.


F) Se o primeiro elemento for os prefixos ex-, pós-, pré-, pró-, sota-, soto-, vice- e vizo-. Neste caso não importa a primeira letra do segundo elemento, pois sempre haverá a presença do hífen.

Exemplos: ex-presidente, ex-almirante, sota-capitão, ex-primeiro-ministro, vice-rei, vice-prefeito, pós-graduação, pós-curso, pré-escolar, pré-história, pré-natal, pró-Brasil, pró-acusação, etc.


G) Se o primeiro elemento for terminado por vogal com acento gráfico (anajá,- andá-, Ceará-, etc.) OU consoante com pronúncia nasal (capim-, etc.), desde que o segundo elemento seja iniciado:

Pelo sufixo tupi-guarani -açu, -guaçu e -mirim:

Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, Ceará-mirim, capim-açu, etc.

Portanto sem hífen: Mojimirim, jiboiaçu, cajumirim, etc.


H) Se o primeiro elemento for terminado pela palavra “mal”, desde que o segundo elemento seja iniciado:

Por qualquer vogal:

Exemplos: mal-afortunado, mal-entendido, mal-estar, mal-informado, mal-ouvido, etc.

Pela consoante “h”:

Exemplos: mal-humorado, mal-herdado, etc.

Pela consoante “l”:

Exemplos: mal-limpo, mal-letrado, mal-lavado, mal-logrado, mal-lido, mal-aberto, etc.

Portanto sem hífen: malcriado, maldito, malmequer, malgrado, malnascido, malpesado, malpisado, malmedido, malmamado, malsoante, malvisto, malrecuperado, maltampado, malfechado, etc.


I) Nos compostos que designam espécies botânica, zoológicas e áreas afins:

Exemplos: abóbora-menina, andorinha-do-mar, bálsamo-do-canadá, bem-me-quer, bem-te-vi, cobra-capelo, cobra-d’água, coco-da-baía, couve-flor, dente-de-cão, erva-doce, ervilha-de-cheiro, feijão-verde, formiga-branca, joão-de-barro, vassoura-de-bruxa, etc.


J) Nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo:

Exemplos: cobra-d’água, mestre-d’armas, mãe-d’água, olho-d’água, gota-d'água, etc.


K) Nos compostos sem elemento de ligação quando o primeiro elemento está representado pelas formas além-, aquém-, recém-, bem- e sem-, independentemente da letra que inicia o segundo elemento.

Exemplos: além-Atlântico, além-mar, além-fronteiras, aquém-mar, recém-nascido, recém-casado, recém-eleito, bem-aventurado, bem-mamado, bem-estar, bem-humorado, bem-criado, bem-dito, bem-dizer, bem-falante, bem-mandado, bem-vestido, bem-vindo, bem-visto, sem-cerimônia, sem-número, sem-vergonha, etc.

Exceções: benfeito, benfazejo, benfeitor, benquerença, benquisto, benfeitoria, etc.


L) Nos compostos onde o primeiro elemento é representado pelas formas grã- e grão-:

Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Grão-Mestre, etc.


M) Nos compostos onde os dois elementos são representados por substantivos próprios e primitivos:

Exemplos: Brasil-Paraguai, Rio-Niterói, Acopiara-Fortaleza, Brasília-Belém, Fortaleza-Recife-Salvador, etc.


N) Nos compostos onde os dois elementos são representados por substantivos + substantivos ou por substantivos + adjetivos ou por adjetivos + substantivos ou por numeral + substantivo ou por verbo + substantivos:


Exemplos: ano-luz, bispo-arcebispo, arco-íris, decreto-lei, joão-ninguém, médico-cirurgião, mesa-redonda, tenente-coronel, tio-avô, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, amor-perfeito, boa-fé, má-fé, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, verbo-nominal, porta-retrato, feudo-vassálico, político-social, sócio-efetivo, sócio-gerente, sociopolítico-econômico, conta-gotas, segunda-feira, vaga-lume, primeiro-ministro, algodão-doce, abaixo-assinado, alto-falante, para-brisa, para-choque, para-lama, manda-lua, manda-tudo, etc.

Exceções: socioeconômico, sociopolítico, socioeducativo, mandachuva, madressilva, pontapé e paraquedas, mototáxi, mototaxista, motosserra, motobói (observe, sem “y” e com acento agudo), radiouvinte, passatempo, etc.


O) Nos elementos repetitivos:

Exemplos: blá-blá-blá, tico-tico, reco-reco, zum-zum-zum, zás-zás-zás, tique-taque, pingue-pongue, lenga-lenga, etc.


P) Nos compostos, onde os dois elementos tratam de adjetivos gentílicos:

Exemplos: juiz-forano, mato-grossense, belo-horizontino, cruzeirense-do-sul, etc.


Q) Nas locuções e compostos a seguir:

Exemplos: água-de-colônia, joão-de-barro, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, feijão-verde, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa, vaga-lume, vai-e-vem, meia-tigela, joão-ninguém, formiga-branca, feijão-maduro, erva-doce, ervilha-de-cheiro, cheiro-verde, cobra-cega, cobra-coral, cobra-de-duas-cabeças, castanha-da-Índia, canário-do-reino, canário-do-Ceará, arco-íris, um-sete-um, etc.

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - ALÉM DOS CASOS JÁ ESTUDADOS, TAMBÉM NÃO OCORRERÁ O EMPREGO DO HÍFEN NAS SEGUINTES SITUAÇÕES:

A) Se o primeiro elemento for um prefixo grego ou latino terminado por vogal (aero-, agro-, ante-, anti-, arqui-, auto-, bio-, contra-, eletro-, entre-, eco-, extra-, geo-, giga-, hidro-, infra-, macro-, mega-, micro-, mini-, multi-, neo-, proto-, pseudo-, pluri-, retro-, sobre-, semi-, supra-, tele-, ultra-, etc.), e se o segundo elemento for iniciado:
Pela consoante “r”, em cuja ocasião ocorrerá a justaposição dos dois elementos.

Exemplos: autorretrato, antirreligioso, anterreligião, autorregulamentação, biorritmo, contrarregra, Contrarreforma, contrarrazões, microrregião, macrorregião, extrarregular, infrarrenal, microrradiografia, neorromano, semirrígido, suprarrenal, etc.

Pela consoante “s”, em cuja ocasião ocorrerá a justaposição dos dois elementos.

Exemplos: antessala, antissocial, biossatélite, contrassenha, contrassenso, antissemita, antissemitismo, infrassom, minissaia, multissecular, megassena, multissegmentado, protossatélite, pseudossigla, sobressaia, telessena, etc.

B) Se o primeiro elemento for constituído por um dos prefixos co-, pro- e pre-, (sem acento) independentemente da letra que inicia o segundo elemento, se vogal, se consoante:

Exemplos: coabitar, coautor, coedição, coirmão, coerdeiro, coobrigação, coocupante, coordenar, cooperar, coemitente, coenzima, cofator, corréu, procônsul, propor, proembrião, proeminente, preeleito, preembrião, preeminência, preenchido, preesclerose, preestabelecer, preexistir, reedição, reeditar, reeducação, reelaborar, reeleição, reenovelar, reencontrar, reescrita, remarcar, etc.

C) Se o primeiro elemento for constituído pelos prefixos co-, des-, in-, re-, quando o segundo elemento for a consoante “h”, em cuja ocasião haverá a perda da referida consoante, e a consequente aglutinação dos elementos:

Exemplos: coabitar, coerdeiro, coabitação, desumano, inábil, inumano, reabilitar, reabitar, reidratar, reaver, etc.

D) Se o primeiro elemento for constituído pela pelas palavras “não, quase”, com função de prefixo, independentemente da letra que inicia o segundo elemento, se vogal ou se consoante:

Exemplos: não violência, não acusação, não agressão, não atuante, não fumante, não periódico, não participante, não inflamatório, quase eleito, quase irmão, quase morto, quase falido, etc.

E) Nas locuções e compostos a seguir:

Exemplos: água de coco, doce de leite, estrada de ferro, farinha de trigo, dona de casa, anjo da guarda, pé de moleque, pé de serra, mão de obra, faixa etária, lua de mel, sala de jantar, relógio de bolso, relógio de parede, fim de semana, final de ano, xiquexique (planta), folha de flandres, doença de chagas, anel de Saturno, mal de Alzheimer, bico de papaguaio (doença), bola de neve, não me toques, cão de guarda, cor de café com leite, cor de vinho, cada um, quem quer que seja, à parte, à vontade, à toa (advérbio e adjetivo), depois de amanhã, tão somente, acerca de, a fim de que, por conseguinte, deus nos acuda, salve-se quem puder, um faz de contas, maria vai com as outras, um disse me disse, bumba meu boi, tomara que caia, dia a dia, arco e flecha, calcanhar de aquiles, comum de dois gêneros, general de divisão, ponto e vírgula, habeas corpus, ad hoc, data venia (em itálico), etc.

SÁBADO OU DOMINGO?

DOCUMENTOS HISTÓRICOS SUGEREM QUEM ESTÁ COM A RAZÃO


Sábado ou domingo? Em se tratando do dia religioso e específico para um descanso das atividades laborais da semana, esta é uma pergunta que ainda inquieta muitos cristãos, principalmente porque há um segmento protestante que assegura, convictamente, a motivação histórica e teológica para a guarda do sábado, sendo este o sétimo e último dia da criação divina.
O que dizem os documentos? O que podemos extrair da história do cristianismo nos seus primeiros séculos de existência? Teria sido mesmo Constantino o grande responsável pela mudança do sábado para o domingo?
Indiferente à “verdade” dos fatos, o que se tem hoje, bastante enraizado, é o costume cristão de guardar o domingo, embora essa “guarda” já não tem o mesmo sentido psicológico de outrora, notadamente dos primeiros séculos cristãos, quando havia um claro sentimento teológico de reservar um dia da semana especialmente para se adorar a Cristo. Hoje, como é visivelmente percebido, o domingo já não é reservado para esse fim, salvo pouquíssimos casos.
Essa velha disputa entre sabatistas e cristãos não sabatistas tem pelo menos o marco cronológico em que não se questiona a guarda do sábado como sendo o dia sagrado, conforme os termos bíblicos. Pode-se dizer, seguramente, que antes da morte de Jesus Cristo não se reivindicava a utilização do domingo com essa finalidade. A questão estaria, pois, a partir de sua morte, quando deu início a saga cristã, repleta de momentos controversos e até hoje não esclarecida suficientemente em relação a diversos pontos sujeitos a intensos debates.
Quer o sábado, quer o domingo, a cúpula de seus defensores se utilizou (e ainda se utiliza) de argumentos puramente teológicos para justificar, incentivar e “forçar” seus seguidores à observância dessa cláusula bíblica, sob o argumento de que é um mandamento divino, devendo, portanto, ser observado por aqueles que pretendem um lugarzinho no céu, embora não seja o motivo gerador para o êxito em questão.
Em outras palavras, se o tema não é interessante para os não cristãos e para os cristãos que o veem como um tema obsoleto, ele é de crucial importância para aqueles que o têm como elemento bíblico, bem assim para pesquisadores que se interessam por trazer à tona as “verdades” históricas que circundam esse tema tão divisório, razão por que não é consensual entre todos aqueles que se definem como cristãos.
Quando, enfim, o cristianismo primitivo passou a adotar o domingo em substituição ao sábado?
Os sabatistas alegam que foi a partir de Constantino, notadamente porque a fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ellen White (1827 – 1915), sustentou que foi o referido imperador romano o grande vilão, sendo o falsário e o maior responsável por esse embuste.
Uma coisa pelo menos é certa: Constantino deu a palavra final, decididamente capaz de manter, no seio da nova igreja, o costume de se guardar o domingo e não mais o sábado. No entanto, parece ser, do ponto de vista histórico, uma acusação precipitada no que concerne à afirmação de que ele teria sido seu grande inventor, ainda que movido pelas muitas razões políticas e religiosas da época – a exemplo da criação do Natal em 25 de dezembro, uma clara tentativa de sufocar a festa pagã do culto ao Sol Invictus, patrono oficial de todo o Império romano a partir do governo de Aureliano (270 – 275).
Assim, antes mesmo de trazermos alguns textos históricos, fica a observação de que a questão da adoção do domingo como dia sagrado e a adoção do dia 25 de dezembro como sendo o dia de nascimento de Cristo têm contextos próprios, e não se sujeitam às mesmas bases históricas, de modo que se pode assegurar que, em relação ao primeiro questionamento, temos documentos que sustentam essa tese (a de que muito antes de Constantino os cristãos já guardavam o domingo), ao passo que em relação ao segundo, nada se sabe, do ponto de vista documental, acerca da real data de nascimento de Cristo, sendo, portanto, seguro afirmar, até aqui, que se trata de uma invenção da Igreja Católica quando a mesma ainda sequer havia sido oficializada.
Quais são, enfim, os textos documentados que corroboram a tese de que os primeiros cristãos já observavam o domingo e não mais o sábado?
Preliminarmente vamos citar um trecho de Plínio, o Jovem, escrito por volta de 112 d.C. Vale ressaltar, no entanto, que nesta passagem não fica evidenciado o dia da semana, mas já nos mostra que havia um dia específico para as práticas litúrgicas em questão:
“... tinham os cristãos o hábito de reunir-se em um dia fixo antes de sair o sol, quando entoavam um cântico a Cristo como Deus e se comprometiam, mercê de solene juramento, a não praticar nenhum ato mau, a abster-se de toda fraudulência, furto e adultério, a jamais quebrar a palavra empenhada ou deixar de saldar um compromisso em chegando a data do vencimento, após o quê era costume separarem-se e reunir-se novamente para participar do banquete comum, servindo-se de alimento de natureza ordinária e inocente”.
Inácio de Antioquia (68 – 107) escreveu:
“Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de confiança, não mais guardando o sábado, porém vivendo de acordo com o dia do Senhor (domingo)”.
Tertuliano de Cartago (160 – 220) também abordou o presente tema:
“Nós (os cristãos) nada temos com o sábado, nem com outras festas judaicas, e menos ainda com as celebrações dos pagãos. Temos nossas próprias solenidades: O Dia do Senhor...”
Justino, o Mártir, escreveu, por volta de 150 d.C., uma carta ao imperador Antonino Pio, na qual ele faz uma enfática apologia à fé cristã. Consta, do referido documento, um trecho que disserta, em palavras esclarecedoras, sobre o costume dos primeiros cristãos quanto a guarda do domingo e não mais do sábado, como pretendem os sabatistas. Leiamos o valioso texto, que mostra, ainda, outros costumes litúrgicos dos primeiros cristãos.
No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo o permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo o povo exclama, dizendo: 'Amém'. Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos. Os que possuem alguma coisa e queiram, cada um conforme sua livre vontade, dá o que bem lhe parece, e o que foi recolhido se entrega ao presidente. Ele o distribui a órfãos e viúvas, aos que por necessidade ou outra causa estão necessitados, aos que estão nas prisões, aos forasteiros de passagem, numa palavra, ele se torna o provedor de todos os que se encontram em necessidade. Celebramos essa reunião geral no dia do sol, porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e também o dia em que Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Com efeito, sabe-se que o crucificaram um dia antes do dia de Saturno e no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do Sol, ele apareceu a seus apóstolos e discípulos, e nos ensinou essas mesmas doutrinas que estamos expondo para vosso exame”. [Destaques de nossa autoria]
Vimos, pelos textos acima transcritos, especialmente neste de Justino, que o domingo já era observado pelos primeiros cristãos, e não mais o sábado. Não é pretensão assinalar, assim, que havia no seio da Igreja primitiva o hábito de adotar o domingo como o dia sagrado, de modo que atribuir a Constantino a substituição aqui mencionada nos parece um tanto sem base histórica, ainda que o dito imperador tenha oficializado tal prática litúrgica.
Vale dizer ainda, para se evitar eventual especulação, que a oficialização nada tem a ver, em sua essência, com a adoção abrupta de um ato litúrgico. Em outras palavras, o que Constantino fez foi apenas confirmar, formalmente, uma antiga prática cristã, nascida muito provavelmente já nas primeitas décadas após a morte de Cristo.
Ao se afirmar que o imperador cristão ratificou uma velha tradição, não se está dizendo, no entanto, que ele o fez movido somente por intenções despretensiosas. Falamos assim porque, da mesma forma como ocorreu em relação à invenção do Natal em 25 de dezembro, nos termos já dessertados nesta matéria, poder-se-ia deduzir que os planos de Constantino eram exatamente eliminar toda e qualquer data especial das festas pagãs.
A primeira refutação se concentra no fato de que o dito imperador não era, declaradamente, inimigo do paganismo, do qual ele próprio foi seguidor antes de se julgar cristão. Depois, a reiterada utilização da expressão “Dia do Sol” se deve por razões históricas, cronologicamente localizadas. Ou seja: os escritores que se referiram a essa prática cristã (a adoção do domingo) o fizeram se utilizando de uma terminologia bastante conhecida da época, ainda que ela tenha ligação direta com o paganismo. O mesmo fenômeno é observado, por exemplo, quando o historiador Cornélio Tácito, em 115 d.C., se referiu a Pôncio Pilatos como sendo procurador, embora na época o título correspondente fosse de prefeito. A expressão “Dia do Sol” era muito conhecida e empregada entre os século II e V, razão por que os apologistas cristãos adotavam-na em seus escritos.
Conclui-se, portanto, que a substituição do sábado para o domingo não é uma invenção da Igreja Católica, muito menos de autoria do polêmico imperador Constantino, ainda que temos razões de sobra para afirmar que a referida igreja inventou dogmas que, no decorrer dos séculos, revelaram o afastamento de vários ensinamentos bíblicos. Conforme vimos, é altamente provável que a adoção do domingo como o dia consagrado para os cristãos, em detrimento do sábado, tenha tido sua origem ainda no berço do cristianismo, o que legitimaria, portanto, a adoção desse dia para aqueles que o creem e têm a Bíblia como livro de fé.
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Leia também:
Jesus não nasceu em 25 de dezembro:
A conversão de Constantino:

A relação entre Constantino e a Igreja Católica:

http://historiaesuascuriosidades.blogspot.com.br/2012/02/cartas-de-constantino-mostram-estreita.html.

A GENTE VAMOS

Em uma conversa cotidiana, José diz para Maria: "A gente vamos hoje e volta amanhã". A questão é: os verbos "ir" e "voltar" estão devidamente empregados na referida frase?

Do ponto de vista gramatical não há erro na frase, mas, na linguagem formal, não devemos usar o verbo no plural. Por que, enfim, "A gente vamos" está correto?

A concordância se dá de palavra para palavra ou de palavra para sentido. No primeiro caso, por exemplo, a seguinte frase pode nos servir de modelo: "Eles disseram que José virá".

O verbo "dizer", no plural, está concordando com a palavra "eles", ao passo que o verbo "vir" está no singular porque está se referindo ao substantivo "José". Conforme se vê, temos a concordância de palavra para palavra.

Já em "O povo disse que não aceitará mais enrolação política, de sorte que estavam dispostos a enfrentar qualquer tentativa contrária", a conjugação verbal "estavam" - que se refere ao substantivo "povo" - se acha no plural porque está concordando com a ideia de pluralidade contida no referido substantivo. É a concordância de palavra para sentido, ou, no dizer gramatical, temos uma silepse.

Assim, do ponto de vista gramatical, não haveria erro em "A gente vamos", "A gente fomos", etc.

No entanto, como bem assinala Evanildo Bechara, "A língua moderna impõe apenas a condição estética" como critério para se escolher a frase a ser empregada.

Neste sentido, note que em "O povo disse que não aceitará mais enrolação política, de sorte que estavam dispostos a enfrentar qualquer tentativa contrária", o verbo conjugado no plural (estavam) se acha distante do substantivo "povo", daí a tolerância de seu emprego.

Segue-se, pois, que a construção "A gente vamos" só é admitida em se tratando de linguagem coloquial, seja ela em momento de representação (teatro, cinema), seja ela na vida real. Do mesmo modo, estando o verbo distante na frase do sujeito a que se refere, é possível o emprego da conjugação no plural.

REGÊNCIA DE "DÚVIDA"

Analise as seguintes proposições:

I - Raquel tem dúvidas do procedimento adotado pela faculdade.
II - Raquel tem dúvidas acerca do procedimento adotado pela faculdade.
III - Raquel tem dúvidas em relação ao procedimento adotado pela faculdade.
IV - Raquel tem dúvidas sobre o procedimento adotado pela faculdade.

Marque a única alternativa verdadeira, levando em conta a regência nominal de "dúvida":

a) ( ) Todas as proposições estão corretas.
b) ( ) Somente a proposição IV está errada.
c) ( ) Somente a proposição I está errada.
d) ( ) As proposições I e IV estão erradas.
e) ( ) Há somente uma proposição correta.

Resposta: Todas as proposições estão corretas; logo, a primeira opção é a única verdadeira.

DEVENDO SER ou DEVENDO SEREM

Analise as seguintes proposições:

I - As testemunhas serão ouvidas, devendo ser mantidos os réus ausentes do recinto.

II - As testemunhas serão ouvidas, devendo serem mantidos os réus ausentes do recinto.

IIII - As testemunhas serão ouvidas, devendo ser mantido os réus ausentes do recinto.

Sobre o emprego de devendo ser(em) mantido(s), é correto afirmar:

a) ( ) A proposição I é a única correta.
b) ( ) A proposição II é a única correta.
c) ( ) A proposição III é a única correta.
d) ( ) Há duas proposições corretas.
e) ( ) As três proposições estão corretas.

Resposta:

Trata-se de uma locução verbal, e como tal, o verbo principal não é flexionado. “Devendo ser” é formado por um auxiliar modal (dever) e um verbo principal (ser), embora este tenha sido popularizado como um dos principais verbos auxiliares (ao lado de estar, ter e haver).

É importante observar que é o verbo principal que dá sentido à expressão verbal. Assim, em “Ele vai fazer uma prova hoje”, o verbo “fazer” (principal) é indispensável à cognição, ao sentido da frase ou do que de fato se quer dizer. 

Retiremos o verbo auxiliar (ir) e podemos ter o seguinte texto: “Ele fará uma prova hoje”.

Observe que, retirando-se o auxiliar, mas mantendo o principal, o sentido permanece. Porém, fazendo o inverso, temos uma construção sem sentido, incompleta: “Ele vai concurso hoje”. Assim, para se saber com exatidão quem é o principal, é só atentar para o que acabamos de recomendar.

Vamos, agora, descobrir quem é o verbo principal na locução verbal “devendo ser” em “As testemunhas serão ouvidas, devendo ser mantidos os réus ausentes do recinto”.

Primeiramente vamos manter o verbo “dever” e retirar o “ser”: “As testemunhas serão ouvidas, devendo mantidos os réus ausentes do recinto”.

Vamos, agora, fazer o inverso: excluir o verbo “dever” e manter o verbo “ser”: “As testemunhas serão ouvidas, e serão mantidos os réus ausentes do recinto”.

Nota-se, pois, que “dever” é o verbo auxiliar, ao passo que “ser”, o principal. Pois bem: diz-nos a regra que, numa locução verbal, o verbo principal nunca é flexionado, sendo que o mesmo se apresenta no gerúndio, particípio ou no infinitivo. Como “ser” é o verbo principal, jamais ele pode ser flexionado, o que impossibilita a construção “devendo serem”, assim como “podendo serem”. O certo é escrever sempre “devendo ser” e “podendo ser”.

Com relação a “mantidos” ou “mantido”, tal particípio concorda com o sujeito relacionado, no caso “réus”(no plural). Assim, a frase também ficaria correta deste modo:

“As testemunhas serão ouvidas, devendo os réus ser mantidos ausentes do recinto”.

A opção “a” é a única verdadeira.

RESIDENTE NA RUA TAL ou RESIDENTE À RUA TAL? MORA NA RUA TAL ou MORA À RUA TAL?

Analise as seguintes proposições:

I - Os dois moram na rua Presidente Kennedy. 
II - Os dois moram à rua Presidente Kennedy.
III - Os dois residem à rua Presidente Kennedy.
IV - Os dois residem na rua Presidente Kennedy.

Levando em conta a regência dos verbos "residir" e "morar", assinale a única resposta correta.

a) ( ) As proposições II e III são as únicas corretas.
b) ( ) As proposições I e IV são as únicas corretas.
c) ( ) Todas as proposições estão corretas.

Resposta: A regência de ambos os verbos exige a preposição "em" e não a preposição "a".

São erradas, portanto, as construções do tipo: "Residente à rua" e "Mora à rua".

Devemos escrever (e dizer): "Residente na rua" e "Mora na rua". A opção "b" é a única verdadeira.

O POSSESSIVO DETERMINANDO DOIS SUBSTANTIVOS DO SINGULAR


Sobre o emprego do pronome possessivo determinando dois substantivos do singular, aponte a alternativa que melhor se submete à língua padrão:

a) ( ) Hoje teremos a presença do nosso Pedro e do nosso Rafael.
b) ( ) Hoje teremos a presença dos nossos Pedro e Rafael.
c) ( ) Hoje teremos a presença do nosso Pedro e Rafael.

Resposta: Do ponto de vista gramatical as duas primeiras opções estão corretas; no entanto, a segunda (b) se mostra mais indicativa.
Abordando o tema, Bechara transcreve o comentário feito pelo linguista Álvaro Ferdinando de Sousa da Silveira (1883 - 1967) acerca do seguinte texto de Manuel Odorico Mendes (1799 - 1864), autor das primeiras traduções integrais das obras de Virgílio e Homero:
"e os nossos Basílio e Durão, bem assim o Sr. Magalhães...".
O comentário de Sousa da Silveira foi o seguinte:
"O possessivo no plural, determinando dois substantivos do singular, e evitando assim o impreciso de 'o nosso Basílio e Durão' e o pesado de 'o nosso Basílio e o nosso Durão'".
Chamou de "impreciso", no primeiro caso, pelo fato do pronome no singular, no contexto em questão, ser empregado quando determina dois substantivos que se referem a uma só pessoa, a exemplo de "O nosso advogado e prefeito". Aqui, fica evidenciado que se trata de uma pessoa, que ao mesmo tempo é advogado e prefeito. Isto justifica a não recomendação da opção "c".
Chamou de "pesado" pelo fato de se utilizar a duplicidade do pronome "nosso" com referência a dois substantivos que indicam duas pessoas. Isto justifica a não recomendação da opção "a".
Resta-nos, pois, a opção "b", corretamente assinalada.
Por analogia podemos escrever e dizer mais acertadamente:
"Acabaram de chegar os nossos prefeito e vereador".
"Acabaram de chegar as nossas prefeita e vereadora".
Sendo os substantivos um masculino e o outro feminino, melhor escrever
"Acabaram de chegar o nosso prefeito e a nossa vereadora".
"Acabaram de chegar a nossa vereadora e o nosso prefeito".
Evitem-se, por questão de eufonia, frases do tipo:
"Acabaram de chegar os nossos vereadora e prefeito".
"Acabaram de chegar os nossos prefeita e vereador".

QUE EU ÁGUE, QUE EU AGÚE ou QUE EU AGUE?


Analise as conjugações verbais do verbo aguar:

I - Que eu águe a planta todos os dias!
II - Que eu agúe a planta todos os dias!
III - Que eu ague a planta todos os dias!

Considerando as recentes alterações ortográficas, aponte a única opção correta:

a) ( ) Somente a proposição "III" está errada.
b) ( ) Somente a proposição "II" está correta.
c) ( ) Somente a proposição "I" está correta.
d) ( ) Somente a proposição "II" está errada.
e) ( ) Somente a proposição "III" está correta.

Resposta: A conjugação destes verbos sofreu alterações com a última reforma ortográfica.
O "u" tônico não deve mais ser acentuado. Nesta acepção, eu posso escrever "Eu aguo", mas jamais "Eu agúo".
A outra mudança diz respeito à possibilidade do emprego de uma variante com o "u" átono, cujo acento recai na primeira sílaba. Nesta acepção, eu posso escrever "Eu águo".
Pela regra, são corretas as construções "Que eu águe" e "Que eu ague", com o "u" tônico na segundo construção.
Vejamos mais exemplos:
Ele água/agua a planta.
Eu apazíguo.
Eu apaziguo. (u tônico)
Eu averíguo.
Eu averiguo. (u tônico)
Conforme notamos, a mesma regra vale para os verbos apaziguar, averiguar, delinquir e apropinquar.
As construções populares "Eu agou a planta" e "Ele agoa a planta" sempre foram erradas do ponto de vista da língua padrão.

A opção "d", portanto, é a única resposta correta.

A MAIORIA ERA ou A MAIORIA ERAM?

Analisemos as seguintes proposições:

I - A maioria gostam de estudar.
II - A maioria gosta de estudar.
III - A maioria eram estudantes.
IV - A maioria era estudantes.

Sobre o emprego da concordância verbal, assinale a única opção verdadeira:

a) ( ) As quatro alternativas estão corretas.
b) ( ) As alternativas I e III estão erradas.
c) ( ) As alternativas II e IV estão corretas.
d) ( ) As alternativas I e IV estão erradas.
e) ( ) Há somente uma alternativa errada.

 Resposta: Tratando-se do verbo "ser", se o sujeito é uma palavra (ou expressão) de sentido coletivo, e sendo o predicativo um substantivo no plural, o verbo fica no referido plural.
Assim, o correto é "A maioria eram estudantes".

Se, no entanto, a palavra de sentido coletivo vier especificada, posso deixar o verbo no singular ou no plural:

"A maioria dos presentes eram estudantes" e "A maioria dos presentes era estudantes".

Não se tratando do verbo "ser", o singular é de rigor desde que a palavra de sentido coletivo não venha especificada, como no seguinte exemplo: "A maioria gosta de estudar".
No entanto, havendo a especificação acima mencionada, são lícitas as  duas construções seguintes:
"A maioria dos candidatos gosta de estudar" e "A maioria dos estudantes gostam de estudar".
A opção "d" é a resposta do problema.

"EU NEGOCEIO" ESTÁ CORRETO?

Analisemos as seguintes proposições:
I - Eu negocio diretamente com o cliente.
II - Eu negoceio diretamente com o cliente.
III - Eu premio o vencedor.
IV - Eu premeio o vencedor.
Aponte, agora, a única opção verdadeira:
a) ( ) As quatro proposições estão corretas, uma vez que o novo Acordo sancionou a segunda e a quarta frases.
b) ( ) Somente a segunda e a quarta proposições estão corretas, uma vez que o novo Acordo passou a condenar a primeira e a terceira alternativas.
c) ( ) O novo Acordo não mexeu com os verbos em questão, de modo que permanecem como verdadeiras somente as construções I e III.
d) ( ) A nova mudança consiste no seguinte: a sílaba tônica passa a ser na mesma sílaba tônica do substantivo correspondente, surgindo, então as seguintes construções: eu negócio e eu prêmio.
e) ( ) Há somente uma proposição errada.


Resposta: A alternativa "a" é a verdadeira.

Diz a alínea "e" (parte final) da Base V do Acordo de 1990:

"...Existem, no entanto, verbos em -iar, ligados a substantivos  com as terminações átonas -ia ou -io, que admitem  variantes na conjugação: negoceio ou negocio (cf. negócio); premeio ou premio (cf. prémio/prêmio); etc.".

Mesmo sendo corretos os empregos "Eu negoceio" e "Eu premeio", dificilmente passaremos a adotá-los, porque do ponto de vista estético não nos parece algo familiar, senão algo que foge à norma padrão. Mas as duas formas estão corretas!